anarcoders
Calango Negro;
Olá comunidade Anarquista,
/*Arquivo: ElGranFinale.an
*————————————————————-
* Condição Prévia: Ativistas com conhecimento básico de troca de informações.
*Condição Posterior: Ativistas com conhecimento intermediário e fácil de usar. *Utilizando ferramentas e ambientes eficientes para a troca de informações.
*/
import revolution.an*;
While (LutandoNaRevolução) {
if (negro) {
LutarJuntos ();
}else {
EumBug ();
}
Export → DB * From Calango_Negro;
Import → DB * To Comunidade Anarquista;
# Aqui o estado e o capitalismo cai. Tem vermelho não irmão!
>>print (Revolução Anarquista)
(Indenting impossible through WordPress oppressive control (A))
Este aqui é a parte final de uma série de 3 artigos relacionados a como iniciar atividades pela internet e como se comunicar efetivamente e de forma segura nela. Os artigos anteriores seguem abaixo.
– Artigo 1 -> Como iniciar atividades pela net?
– Artigo 2 -> Sabendo Navegar em Águas Tenebrosas.
– Artigo 3, não faz parte dos 3 artigos, mas também importante para o tema. -> Conheça o PGP, e porque é importante para você!
Outra coisa que gostaria de falar, antes de começarem a ler o artigo é que faço parte de um grupo de divulgação de conhecimentos, denominado Anarcoding. Caso se interessa, cola lá, tem um link com cursos completos e a gente ajuda no que pode. Tanto para quem quer aprender algo sobre programação, ou saber fazer um site. Até para pessoas que estão precisando de alguma ajudinha nossa. Convite feito, sejam todos bem-vindos. Deixando claro que nosso intuito é ajudar a comunidade com projetos.
*Aviso → Este não será um artigo pequeno. Não pela parte técnica, pois ela pode dar algum trabalho, mas é relativamente simples. Mas por ter que falar de certos assuntos, assim como, pretendi partir do fato que as pessoas tem conhecimento 0 sobre o assunto, dissertarei de acordo e explicarei certas partes para a compreensão integral do que o artigo pretende. Mas sinta-se livre para pular tais caso você já entenda certos aspectos, caso não, ou não sinta segurança sobre o tema, recomendo que leia o artigo por completo, pois há nele várias informações que considero úteis.
“Deixando claro que não sou um especialista na área.”
1. Introdução
Na verdade devo dizer que escrever estes artigos foi um certo alívio para mim, espero que eles possam ser de serventia para alguém ai do outro lado da tela. Mas devo dizer, que entre várias coisas, sobre o tema dos 3 artigos algo me entristece muito. Que é o que observo, ao menos até onde sei, o fato de a militância anarquista na parte cibernética pouco dialogar com as demais, mas principalmente a resistência do uso da internet como ferramenta de luta pelos anarquista, ao ponto de subestimar o uso delas. Enquanto que no outro lado, nossa contra parte, faz amplo uso delas e neste momento de Abril de 2018 vemos vários casos de militâncias e ativistas sendo mortos por conta dessa falta de conhecimento e se aventurar em aprender a lidar com a internet.
Digo isso porque quando fiz parte de um projeto no ano passado que não vingou, tínhamos entre nós, a tarefa de investigar o que estava acontecendo na internet no outro lado, em especial a grupos de direita extremistas. Foi para dizer o mínimo um choque total. O que eles estavam planejando parecia coisa de filme de terror, suas conversas, a troca de informações, e informações por vezes abertas ao público em locais como Facebook e YouTube com seus rostos a amostra e nenhum anonimato, o que facilitou muito nosso trabalho na investigação desses grupos.
Esse foi um trabalho que durou um pouco menos do que 3 meses e só isso foi o suficiente para vermos que havia um perigo real em nossa mãos. Isso se findou lá pelo mês de setembro de 2017. Basicamente o que boa parte desses grupos falavam era em agir, de forma agressiva e contundente em 2018, dada a corrida eleitoral para impedir o avanço da esquerda é óbvio, nós anarquistas estávamos lá entre seus alvos. Citaram alguns colegas, que avisamos, fizeram vídeos que nós divulgamos e alertamos para isso e o fato de termos de nos preparar para 2018, pois esses grupos iriam sair da jaula para um ataque em massa com qualquer força que tivessem, no intuito não só de gerar um panico entre os ativistas, mas de criar multiplicadores. Nós observamos uma relação bem de perto com táticas da alt-right, e os avisos do site itsgoingdown.com foram certeiros em 2018. Relatei diversas agressões e até mortes, ou perseguições. Mas nada disso ressoou, ganhou força, e por vezes o tema foi subestimado nos grupos anarquistas que participo.
E foi isso o que me entristeceu, pois não sei bem se as pessoas não estavam, e ainda creio não estão, cientes do poder que a ferramenta da internet proporciona para diversos grupos que queiram lutar por justiça, ou por acabar com ela. Apesar dos avisos, de dizer que eu fornecia as fontes, era só me chamar no inbox, quase ninguém o fez, e alguns ainda fizeram para saber se o que eu estava falando era real e logo depois saiam, pois não queriam se envolver. Me entristeceu muito ter que a Marielle Franco, ativista e vereadora do PSOL – por mais que eu não concorde com esse tipo de luta partidária – morrer para as pessoas fazerem um mapa de 25 ativistas mortos, dos quais 7 que eu havia relatado, nenhum deles apareceram nesse mapa, e outras diversas agressões (outras 16) que ocorreram. Tudo isso para o pessoal entender que havia iniciado uma caça as bruxas. A direita fascista estava se preparando para isso, e deram todos os sinais possíveis e tempo para que tivéssemos nos preparado para isso e nada fizemos. Como diz o ditado “uma andorinha só não faz verão” e o que ganhamos com isso foi literalmente um inverno gelado, branco e sem vida. E pelo que eu entendi até agora, isso não está perto de acabar, pelo contrário, tais atos fortaleceram esses grupos que agem, unidos e dialogam suas ações e criam multiplicadores através dessa ferramenta, cujo subestimamos. Não tenho como precisar se tivéssemos agido antes, haveriam menos morte ou até mais. Mas de certo estaríamos cientes de suas pretensões.
E claro, mortes ocorrem o tempo todo e passam despercebidas todos os dias por nós. Algo como isso não deveria ser corriqueiro, e essas pessoas eram justamente pessoas que se levantaram para lutar contra isso. E seus contrários são aqueles que não querem que o status quo mudem. Essas morte são necessárias para que tais grupos se mantenham hegemônicos no poder. Todavia atacar os que resistem e lutam se tornou uma prioridade, pois a ameaça a uma mudança no status quo foi sentida por tais, seja por que motivo for. Óbvio que eles não ficariam sentados esperando. Mas creio que achar que eles, na sua incumbência de quebrar as regras do jogo que eles mesmos criaram, sendo os donos delas, as obedeceriam é de uma ingenuidade grande. Ou achar que nada é novidade, isso acontece desde que o ser humano etc, ou que o estado etc, ou que etc; mas a luta continua é de uma sacanagem sem tamanho. Literalmente se pensas assim, pendure sua militância no armário, pois não pertence a grupo nenhum que queira lutar por um futuro melhor e vá para os quadros da direita. Militância e resistência não é simpatia, é luta e inconformidade. Não há nada pior que, “autorx já falou isso a não sei quanto tempo atrás”. “Sim então você vai fazer o que? Sentar no computador e fazer um post revolts?”
Apesar dos avisos que fiz, que obviamente não caíram na notoriedade de muitos que talvez estejam lendo este artigo, dizer também que não nos preparamos para isso, é atestar a burrice e nossa infantilidade perante a situação da militância. Sim, tudo que estamos vendo agora, toda essa agressão estava ai a vistas, não se falavam quem iam atacar, mas diziam onde iriam atuar, estava tudo as claras, nada disso foi escondido. E talvez agora, pois não me dei o trabalho de olhar se tais grupos ainda estão atuando, dado que nenhum dos avisos que fiz surtiu algum efeito, ou mesmo, devido a uma certa decepção minha, parei de rastrear tais grupos que estão constantemente movendo (nem todos, a maioria dos chans da vida tão ai bem abertos para quem quiser ver, e disso já se tira muita conclusão) talvez estes já tenha esfriado e ai chego ao ponto inicial dessa introdução.
Qual difícil é mexer com a internet? Não é! Ela e praticamente tudo que a compõe foi feita para que qualquer pessoa possa usar, e criar para ela e para os Sistemas que dependem dela. Não é difícil, não está além do alcance e o que basta é ter um computador ruim e uma internet. Admito que nem todos possuem as duas coisas. Mas posso dizer com uma certa convicção que boa parte dos usuários e dos grupos que relatei possui acesso aos dois. Por tanto isso me cheira a uma desculpa. Dizer que não gosta muito de internet, para a importância de uma militância, para alguém que usa um Facebook para tal.
“É dizer que gosta de comer fruta da horta comunitária, mas tem nojinho de ir lá fazer o roçado.”
Porém deixe-me fazer uma ressalva importante. Tecnologia de Informática foi vista pelos ativistas, da era da computação, como algo feito para a elite, complicada de usar e feito para pessoas que possuem um grau de educação elevado e/ou pessoas que tem aptidão para raciocínio lógico matemático, também conhecido como “nerd”. Se ligou automaticamente que essa tecnologia era para poucos. “Por entanto, muitos a usam, poucos sabem como usá-las, pois é complicada.” Não! Vamos com calma. Há coisas complicadas sim. Certa habilidades são adquiridas com o estudo profissionalizante, porém, até a habilidade profissional de lidar com essas ferramentas estão ai e são altamente acessíveis. Ninguém está pedindo, vamos criar um novo código de encriptação e uma biblioteca do java que roda no C e no Python. Não! Fazer um site simples, mexer numa ferramenta de imagens, saber navegar no Tor, até mesmo produzir aplicativos (apps) para android que várias pessoas tem, são tarefas que demandam trabalho, mas são longe de serem complexas.
“Há muita coisa simples, boa, DE GRAÇA e eficiente”
nestes lugares do qual se pode tirar proveito. E por não tirarmo proveito disso é que não estamos sabendo dar um resposta a altura para tais. É uma ferramenta, onde muita gente trabalha diariamente para nos dar acesso, e eles estão tirando proveito disso e nós não. Nós a vanguarda, os futuristas de ontem, estamos caindo no passado. E os atrasados de ontem, estão se modernizando. Espero que isto fique claro, especialmente ao ver o que está acontecendo hoje no Brasil. Precisamos aprender a utilizar tais ferramentas para; 1. Fazer nossas vozes chegarem mais longe e de forma mais acessível, 2. para produzir de forma mais eficiente, barata e sem exploração, 3. para identificar nossos inimigos, compreender, identificar, denunciar e neutralizá-los. E essa ferramenta chamada Tecnologia da Informática é ótima para isso (sem descartar nenhuma outra é claro, ou substituir, ou dizer que é melhor, mas passar a fazer dela parte integrante da nossa militância), pois ela é, acessível, fácil de usar e barata.
Então eu gostaria de dizer que além de esperar que abra seus olhos, sobre o que aconteceu, frente aos fatos que apresentei, que não há mistérios para isso aqui. Dá um trabalho? Sim! É complicado? Não! Digo que se estivéssemos ocupando tais territórios, como a Deep Web, da forma como ocupamos o Facebook e talvez postando noticias, informações e trocando ideias do que acontece lá. Realizando seminários via internet. Ligando mais as pessoas talvez hoje não estaríamos com um discurso de que nós não estamos nos preparando o suficiente para eles. Eles se prepararam, nós não. Simples. Eles usaram as ferramentas, nós não. Claro que há outras nuances do que está acontecendo. Mas trago somente um singelo ponto que considero importante para a mesa do debate.
Mas essa obervação que fiz durante a época do projeto que participei ficou bem claro, que o que temos hoje como cenário do fortalecimento da direita e seus atos, se deu muito em parte, não de nossa parcimônia, mas da falta de informação real sobre como esses grupos estavam agindo e se estruturando. Pois creio, com todas as forças que tenho, conhecendo os movimentos que participo, que ao menos calados não ficaríamos. Gritar injustiça é algo que somos muito bons. Ainda está faltando a nós como anarquistas, aprender a agir de forma mais madura e eficiente, na minha humilde opinião, não digo todos, mas o movimento como um todo ainda está preso a falta de experiência como anarquista. Isso é algo que venho observando faz tempo também. Ainda jogamos pelas regras deles. Essas regras não nos pertencem. Quebremo-las
Pois essas são minhas palavras finais nesta introdução longa. Não acredito que sabendo como eles estavam, e estão, se planejando o movimento anarquista ficaria parado, porém sem a informação, ou interesse nela, agir sobre o que não se sabe tecnicamente, exatamente ao certo fica impossível. Achar que o estado é terrorista, a direita é fascista é fácil e óbvio, ninguém é burro, eu, você somos anarquista, chegamos aqui por tirar essas conclusões que são óbvias, porém quando eles vão fazer um ataque conjunto, como neutralizar isso e quando, é outra história. E digo que algo mais maduro e tangível passar a ter um raciocínio mais voltado a essa lógica. Do que ficar na ciranda de coisas como Economia Solidária etc. Pois é o que parece que estamos fazendo.
Livros são ajuda, mas não a resposta dos problemas, isso (as soluções) quem cria somos nós (povo). Como não deixar que tais atos ocorram, como por exemplo a Antifa gringa fez em Charlottesvile é essencial para não deixar que essa onda cresça. Eles aprenderam a lição e estão fazendo a parte dela. E nós? Vamos ficar fazendo clubinho anarquista e fazer caminhada no fim de semana com a galera no parque e um piquinique enquanto a direita tá lá trocando informação com o grupo x de como se deve fazer um ataque a faca eficiente e sair sem ser preso? Fica a pergunta para vocês.
2. Entendendo alguns pontos primeiro.
Dadas as devidas introduções ao tema, e os artigos acima linkados. Vamos entender alguns pontos. Como disse talvez essa seja a parte onde, caso você entenda de Sistema Operacional (SO), VPN, Ocultar-se na internet, tem uma ideia sobre Linux e browsers, talvez queira pular, caso não seja o seu caso, vamos entender isto primeiro, para dai partir para as soluções na terceira parte deste artigo.
Como disse em todos os artigos e neste também, nada,
“absolutamente nada na internet é 100% seguro”
e qualquer pessoa que diz ao contrário está mentindo para você. Mas você, pode deixar as coisas tal seguras e despercebíveis que as chances de você ser descoberto são poucas. Como disse agora na introdução acima, a direita vem se organizando quase que a luz do sol com holofotes em cima e uma fogueira em baixo para dar mais luminosidade (só por garantia) e mesmo assim, as pessoas se sentiram surpresas com os atos que vem acontecendo a ativistas sociais. Claro que alinhado ao precário sistema de investigação do estado (que está mais focado, obviamente, em pegar a gente do que eles), a falta de habilidades básicas nossa com as ferramentas tecnológicas e a mobilidade – ficarei devendo esta última em um artigo futuro sobre o tema desta natureza, daqui sigo para outras naturezas de artigo. Sobre computação este é basicamente o último que farei com exceção da mobilidade nos ambientes de comunicação, habilidade importante, que ficarei devendo num futuro distante – fica muito difícil alguém ou qualquer grupo saber o que você e seus colegas estão fazendo. Mas quando eu digo difícil, não é um pouco, mas muito difícil. E no próximo artigo beirar o impossível. Mas vamos por partes.
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